Ferramentas e Equipamentos
6. RISCOS DECORRENTES DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SOLDADURA ELÉCTRICA E DE OXICORTE
6.1. Riscos comuns
Projecções de partículas
Podem ser devidas a:
- Partículas não incandescentes desprendidas durante a operação de trituração da escória no processo de soldadura.
- Partículas incandescentes desprendidas durante a operação de corte ou soldadura.
Medidas preventivas:
- Controlar as faíscas e partículas no ponto de geração, utilizando telas, lonas ou barreiras ignífugas para isolar o posto de trabalho e proteger terceiras pessoas contra este risco.
Contactos térmicos:
- Contacto de todo ou parte do corpo com objectos, peças, etc., que se encontram a temperatura elevada: peças quentes ou pingos de material fundido.
- No processo de oxicorte existe ainda o risco de congelamento por contacto com gás liquefeito e queimaduras por contacto com gás a alta temperatura.
Medidas preventivas:
- Antes do início dos trabalhos, a zona deve ser delimitada, na vertical do posto de trabalho, onde podem cair faíscas e material incandescente.
- Igualmente, antes do início dos trabalhos deve-se verificar que não haja pessoas próximas da vertical do posto de trabalho. Podem ser utilizadas também telas, lonas ou barreiras ignífugas para isolar o posto de trabalho e proteger terceiras pessoas.
- As peças quentes serão sinalizadas para evitar que possam ser tocadas de forma imprevista.
- Não se devem tocar as peças recém soldadas ou cortadas, porque podem estar a temperatura suficientemente elevada para causar queimaduras sérias.
Radiações não ionizantes:
- Podem ocorrer lesões nos olhos e na pele por exposição a radiações visíveis, infra-vermelhas e ultravioletas produzidas durante estes processos.
Medidas preventivas:
- Isolar o posto de trabalho através de barreiras fixas ou móveis, na medida do possível, para evitar riscos a terceiros.
- Os colaboradores do operador nestes trabalhos devem usar viseira protectora e toda a equipa trabalhará de forma coordenada.
- Nas operações de soldadura eléctrica, não olhar directamente para o arco voltaico (perigo de "golpe de arco"). A intensidade luminosa pode provocar graves lesões nos olhos.
Exposição a substâncias tóxicas ou asfixiantes
Os gases e vapores metálicos podem ser gerados por volatilização e oxidação dos componentes metálicos do material a trabalhar e, se houver, do seu revestimento, quer seja um revestimento metálico (galvanizado, cromado, niquelado, etc.), ou uma tinta que, ao queimar, gera óxidos dos componentes metálicos da mesma.
Os gases gerados durante estas operações podem causar lesões ou doenças nas pessoas expostas.
Estes gases podem ser:
- Gases devidos ao material de base e ao material de adição.
- Gases gerados pelos revestimentos dos metais.
- Gases gerados pela temperatura do arco e da atmosfera em processos de soldadura a arco. No caso de operações de oxicorte, gases gerados pela temperatura do maçarico e da atmosfera.
- Gases utilizados para efectuar o oxicorte.
Para uma determinada quantidade de poluente gerado nestes processos, a percentagem inalada pelo trabalhador depende basicamente de 3 factores que devem ser considerados para estabelecer as medidas preventivas:
- Posição do trabalhador relativamente ao ponto de soldadura.
- Distância ao foco de emissão.
- Evacuação dos poluentes.
Medidas preventivas:
- Sempre que possível, como protecção colectiva, os poluentes devem ser evacuados por sistemas de extracção localizada ou por ventilação geral.
- Estas operações devem ser realizadas em locais com boa ventilação.
- No caso de realizar os trabalhos em oficina, esta deverá ter ventilação directa e contínua.
- Deve-se ter especial cuidado nas operações de solda ou corte de materiais pintados ou revestidos com metais (Pb, Cd, Cr, etc.).
- Em espaços confinados pode ser instalado um sistema de extracção localizada, ou utilizar equipamento de respiração autónomo e sempre deve haver outro operário no exterior preparado para intervir em caso de necessidade.
